segunda-feira, agosto 29

O Seu Descartes

Passo a palavra para a leitora Cornélia, 11 anos. Transcrevo um trecho de sua carta:
"Sabe, assisti o fantástico e as minhas perguntas não são filosóficas mas cornelióficas: queria saber se os filósofos entendem o que é dito lá? Sabe se para o tal do DeKarte, não sei se escreve é assim , só existe o que se pensa. Então a casa não existe? Pensando na Emília no país da matemática: então o 2+2 existe, mas eu penso casa não como penso os números. Uma casa é para se morar e elas existem para a gente morar e os números existem para quê? E se são a unica certeza como é que pode? A gente não come número, a gente não planta número, a gente não acha número, é um desenho, ou pior que desenho,porque o desenho é uma coisa que está no mundo que as pessoas colocam dentro delas e depois vai para a ponta do lápis e o número? Sabe, na Olimpíada Matemática só tive 6 acertos, tenho a impressão que tem uma rebelião dos números querendo dominar o mundo e parece que o tal do Dekarte tem culpa disso."

Um comentário:

Anônimo disse...

É maravilhoso, sempre, ver o pensamento despretensioso - não simplista, como o da Cornélia. É Cornélia, Descartes, quando resolveu começar a escrever suas "Meditações" disse que havia esperado aquele momento (mais ou menos aos 45 anos)para iniciar a sua empreitada. Eu não sei, sinceramente, mas acho que temos mesmo que começar a cultivar grandes filósofos desde a tenra idade. Coisa que eu acredito que possa resultar no aparecimento de novos grandiosos Sócrates. Um abraço a você e parabéns pela tua sagacidade, ah! desculpe-me o palavreado! - pela tua vivacidade, pela tua inteligência.