Orwell (2)
Mais um palavra sobre Orwell, de Timothy Garton Ash:
"Se tivesse que mencionar uma única qualidade pela qual ainda é essencial ler Orwell no século 21, seria sua percepção do uso e abuso da linguagem. Se tiverem tempo de ler só um ensaio, leiam "Política e a Língua Inglesa". Nele se resume de forma brilhante o argumento orwelliano de que a corrupção da linguagem é uma parte essencial da política opressora e exploradora. "A defesa do indefensável" se baseia em uma série de eufemismos, falsos períodos verbais, frases pré-fabricadas e toda uma parafernália de engano que ele aponta com toda precisão e paródia."
("A permanência de George Orwell", publicado em 08/07/2001, por Timothy Garton Ash. Leia o texto integral em //www2.folha.uol.com.br/biblioteca/1/14/2001070801.html.
E aqui um outro elogio ao mesmo texto, feito pelo filósofo português Desiderio Murcho: "O ensaio "A Política e a Língua Inglesa" é um dos mais famosos de Orwell e merecia ser amplamente divulgado entre nós. Poderia contribuir para diminuir a má influência que tem o estilo obscurantista e manipulador, já denunciado por Eça de Queirós, na psique portuguesa. Este ensaio oferece uma análise lúcida e exemplar da relação entre a claridade da linguagem, a política e o pensamento. Das seis regras para uma escrita lúcida apresentadas por Orwell destaca-se a última, um bom símbolo da sua perspicácia: "Desobedeça a qualquer das outras regras de preferência a dizer qualquer coisa evidentemente bárbara". O estilo defendido e praticado por Orwell é preciso e directo, sem ornamentos pomposos (que prostituem a comunicação e visam engrandecer o autor)."
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