Filosofia da Mentira
Está na ordem do blog a filosofia da mentira.
Quem nunca mentiu faça o primeiro comentário.
Qual a diferença entre '"dizer uma mentira" e "mentir"? Ganha um ponto em Filosofia da Linguagem quem fizer uma honesta tentativa de quinze linhas.
Quem foi o filósofo que escreveu dois livros sobre a mentira? Uma dica. Ele mandou queimar o primeiro. Mais meio ponto para quem acertar, até as oito horas da manhã da sexta-feira, 8 de junho.
6 comentários:
Uma resposta para uma das perguntas: seria Sissela Bok? Para responder a outra preciso pensar mais um pouco...
(Não que eu nunca tenha mentido...)
Mentir pressupõe uma intenção. Mentiras são erros propositais sobre fatos reais. Não somos forçados a mentir. Quem mente também poderia ter falado a verdade e sabe bem a diferença. Porém, podemos "dizer uma mentira" sem estar mentindo. Isto pode ocorrer quando comunicamos algo que acreditamos que seja verdadeiro mas que não corresponde aos "fatos reais". Quando Ptolomeu afirmou que a Terra era o centro do universo ele não estava mentindo. Ele acreditava nisso e não tinha nenhuma intenção de enganar, iludir, ludibriar. Mas 14 séculos depois, sua teoria foi "desmentida" por Copérnico e Galileu. Ele sequer ficou sabendo que estivera dizendo uma mentira... (E é aí que se dão as tragédias...)
Mariel, aprendi essa contigo e te agradeço de coração. Sissela Bok, fui conferir, parece ser alguem que a gente devia ler, se quer aprofundar essa discussao. Por exemplo, o tema do placebo, que implica um certo tipo de mentira, é debatido por ela em um dos seus livros mais importantes (e filosóficos) sobre a mentira. Eu nao a conhecia e foi por teu post aqui que travei o primeiro contado com a obra dela. Devo, não nego, vou pagar o prometido, tenhas certeza disso. Não era ela o nome que eu havia pensado em intitular como "filosofo da mentira", mas ela cita o cujo, mais de uma vez, em seu livro. E ela é muito boa, e poderia levar o titulo, com certeza! Obrigadissimo pelo post. E teu outro comentário, sobre a natureza da mentira, é tambem muito bom. O conceito fundamental nessa área, como muito bem identificas, é o de intenção; e, como escreves, "podemos dizer uma mentira" sem mentir. Não é necessario gastar a polvora em caso como o de Galileu: pode ser algo bem trivial, basta que honestamente acreditemos no que estamos dizendo e que estejamos em erro. Essas coisas sao muito bem pensadas pela Sissela Bok, no Lying, e pelo grande cara do tema, Santo Agostinho, que a mesma cita. E pela Mariel! Meus sinceros cumprimentos! (Ronai)
Seguindo mais um pouco, na trilha com MARIEL E RONAI.
"Quem mente também poderia ter falado a verdade e sabe bem a diferença"(MARIEL) - Fiquemos com o final da sua frase, pois a primeira parte tem que nos parecer um tanto óbvia: (final)"...e sabe bem a diferença". Penso que não, Mariel. Se, quem mente t a m b é m poderia ter dito a verdade é uma hipótese estrita do sujeito, então ele não sabe qual é, de fato, a diferença entre mentira e verdade. Este sujeito pensará estar dizendo a verdade quando nega-se, por obrigação moral, a mentir. Precisaríamos avançar, pois estamos numa trilha. Eu prefiro parar para descansar - ali tem água límpida e pura.
A primeira parte do comentário anônimo está junto à "Filosofia da Mentira II"(dia 08); a segunda parte, junto aos comentários da "Filosofia da Mentira"(dia 07)
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