quinta-feira, janeiro 17

Leitura

Steve Jobs, no lançamento do novo notebook da Apple, aproveitou para alfinetar a Amazon, que lançou um dispositivo eletrônico, o Kindle, que se destina exclusivamente à leitura de livros digitalizados. Ele disse que o produto não vai vingar, pois as pessoas não mais lêem. Eis o que ele disse:
“It doesn’t matter how good or bad the product is, the fact is that people don’t read anymore,” he said. “Forty percent of the people in the U.S. read one book or less last year. The whole conception is flawed at the top because people don’t read anymore.”
O lado local da coisa: os professores, de todos os níveis, queixam-se dos seus alunos, que não lêem o quanto deveriam e como deveriam. É uma verdade.
Sempre me ocorre perguntar, a quem se queixa disso, sobre qual livro está lendo, quantos leu esse ano, etc. É surpreendente, por vezes, a resposta. Mas o que importa não é bem isso. O que eu fico pensando é se essas dificuldades de levar o aluno a ler induzem alguns de nós a pensar em desistir da tarefa, em substituir a leitura por alguma outra atividade na aula, cedendo, assim, à pressão dos alunos por não ler.

2 comentários:

Aguinaldo Medici Severino disse...

Ronái meu velho, como vais?
Segundo a Câmara Brasileira do livro em pesquisa divulgada em 2001 o brasileiro lê 1,8 livros por ano (contando os didáticos distribuídos nas escolas, etc e tal, claro!). É esperado que agora no início de 2008 seja divulgado um índice atualizado. Não deve ter aumentado muito. Acho que a percepção do dueño da Apple não deve estar mesmo errada: as pessoas lêem cada vez menos mesmo. Não gosto muito da idéia de transferir para os pais ou para os professores a responsabilidade de ensinar um sujeito a ler e a gostar de ler. Se um indivíduo não é capaz de imaginar por si só a importância da leitura (de qualquer coisa, não necessariamente de um livro), não há processo educativo que o faça (e eu acho que sempre foi assim, só que agora nós nos preocupamos mais com isto).
Abraços.

Gisele Secco disse...

Não concordo em tudo com o Aguinaldo. Fico pensando em como pode alguém imaginar por si só a importância da leitura se jamais chegou perto de alguém que lhe apresentasse um livro, mesmo que indiretamente (ou seja, pelo exemplo, sem precisar dizer que ler é bom ou necessário), ou se na escola não há estímulo mínimo para a atividade...