quarta-feira, janeiro 23

Lagarto


No evento do Andes em Goiânia decidiu-se, como se lê na página do Sindicato, "após uma semana de intensos debates", que "a greve é a alternativa mais eficaz de enfrentamento à intransigência do governo Lula em não atender as reivindicações contidas na pauta da campanha salarial dos docentes para 2007". Teve mais, como já comentei no poste anterior. No dia 17, os congressistas aprovaram, com algumas modificações, uma proposta apresentada por Santa Maria tratando do tema fundações de apoio.
Cito uma passagem da notícia:
"A partir de sugestão de alguns delegados do encontro, e que foi deliberada pela maioria dos participantes, o texto assinala que se deve 'continuar denunciando que as fundações de apoio são desnecessárias e perniciosas', ou seja, acrescentou-se o adjetivo perniciosa, qualificando-se então, as fundações, como prejudiciais aos interesses da universidade pública."
Então tá.
Com todo o respeito e licença, "desnecessárias e perniciosas", para mim, são propostas de greves como essa, escritas no vocabulário das acusações ao "privativismo neoliberal do governo Lula" e que geram o que estamos vendo agora no campus da ufesm, quase vazio, de aulas dadas em pleno calendário escolar, aprovado para o lagarto ver, pelo jeito. Os governos não estão nem aí para greve de classe média que gosta de cantar "Reunião de Bacana" para ficar em paz com a consciência.
Para quem não lembra, "Reunião de Bacana" é a música composta por Ary do Cavaco, que tem o refrão "Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão".
A ironia - a lembrança foi de um dos leitores do blogue, mas eu a faço minha - é que ao menos um dos componentes da delegação tem um projeto graúdo na Fatec.
Desnecessário e pernicioso é a gente ficar comendo a própria carne, feito Macunaíma.
O lagarto não está nem aí para esses gritos.

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