Um deus passeando pela brisa da tarde
Esse gajo aí ao lado é Mário de Carvalho, lisboeta e escritor. Terminei de ler, dele, "Um deus passeando pela brisa da tarde" (Cia das Letras, 2006), uma história que se passa em uma pequena cidade da Lusitânia, nas fraldas do império romano, no século II d.C, inícios do cristianismo. A história está narrada pelo duúnviro (autoridade máxima local) Lúcio Quíncio, que se vê no meio de uma complexa situação: a cidade é assediada, pelo lado de fora, pelos mouros e as defesas e os muros dela são frágeis; os lusitanos de Tarcisis (o nome da cidade) são assediados pelo lado de dentro pelos cristãos - a turma do peixe - que começam a difundir suas idéias e criticar as demais religiões e alguns hábidos da cidade, e com isso despertam profundos ódios na comunidade; Lúcio é assediado por pensamentos e emoções que lhe impedem de agir da forma como a turbamulta gostaria. Entre esses assaltos destaca-se o que provém da relação dele com uma nobre romana convertida ao cristianismo. Mais não digo para não tirar o gosto do leitor. O romance vai num crescendo de tensão e expectativas: conseguirá a cidade resistir ao ataque de milhares de mouros, desprovida que está de qualquer guarnição decente? Como ficam as relações do cristianismo e de seu deus em um ambiente de dezenas de religiões? E como o duúnviro lidará com o fascínio que sente pela bela romana convertida e intransigente em sua crença?
Quem me recomendou esse livro foi o Jairo José da Silva, como já indiquei em alguma postagem anterior.
Valeu cada linha.
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