quinta-feira, setembro 21

Dom Sullivan

Renovo a recomendação aos leitores: o blog de Dom Raul Sullivan, linque ao lado, é um poderoso instrumento para entrar no mundo dos livros virtuais. Vale uma visita!

5 comentários:

Anônimo disse...

No livro II d’A República Platão e Sócrates fazem notar que o que distingue justiça da injustiça é, digamos, um perfilamento do indivíduo, que vai sendo construindo desde a infância do cidadão, no que deve resultar ao que é mais preponderante à polis, ou seja, a sua organização.
Os papéis dos cidadãos são distribuídos dentro dos parâmetros de justiça, e não da injustiça.
A justiça, penso, é como se fosse a “substância”, enquanto a injustiça faz parte dos “acidentes”, para usar termos aristotélicos.
Esta anotação, faz tempo que a fiz, ao final do Livro II.
Mas o que me passa agora, quando releio mais alguns trechos desse Livro, é que a justiça, é como se fosse o “ser”, e a injustiça,o “parecer”; são “modos” inseparáveis. Parece-me que a injustiça é imprescindível ao ser da justiça.
A justiça, como ser, precisa do modo parecer, assim como a injustiça precisa do modo ser.
O que seria a excursão de Dante e Virgílio pelo inferno sem todas aquelas imagens de medo e injustiça assaltando-os? O que seria daquelas imagens, daquelas criaturas ímpias, sem a lancinante presença dos dois?
Como siameses, justiça e injustiça precisam até a morte uma da outra.
É apenas uma divagação; o tema é estrondoso, fascinante, ainda mais pela pena de Platão.

Anônimo disse...

E os intelectuais (inclusive os de boa cepa) continuam silentes...

Ronai disse...

Quem andou falando sobre a cena foi a Rose Marie Muraro, dias atrás na Folha. O tema era, digamos, o exercício da virtude em terra de ímpios. A frase dela, que vota no Lula, foi pesada, mas não lembro de cabeça. Algo sobre a falta de sentido em ser moral no meio dos imorais.
Quanto mais eu penso nessa derrubada geral da casa, mais me lembro de uma conversa com MC, em São Paulo, na qual ela tomava conhecimento de como pensavam alguns novos líderes que desembarcavam de outros partidos para tomar conta do PT, no início dos anos 80. Isso que está se descobrindo agora desnuda uma prática (e um conflito interno escondido e varrido para baixo do tapete) comum desde a época na qual qual certos grupos que militavam na clandestinidade (em especial o PRC) ocuparam o PT, operário e paulista.
Santa Maria da Boca do Monte foi laboratório, quem não lembra disso?
Há silêncio, mas também gagueira, conforme o caso. O gago ganha tempo.

Anônimo disse...

Caro Ronai
Um fato recente da campanha eleitoral serve como triste ilustração para o desvario que presenciamos na quadra atual do país: a montagem (até agora não desmentida) do discurso do Presidente na ONU. O discurso surrado de um suposto estadista editado com o aplauso demorado dirigido ao secretário Kofi Annan que fazia sua despedida. Parece que a idéia do logro está entranhada na campanha do companheiro presidente.

Anônimo disse...

alô, alô, como vão?
tenho acompanhado tudo isto e acho que a cota média de tolerância já se foi há muito tempo. não há regra de conduta que o povo do pt não tenha transgredido ou se disponha a transgredir para se perpetuar no poder. um falsifica aplausos para um lula nulo politicamente no exterior. outro forja um dossiê de obviedades. outro transporta dólares em um jatinho. outro manda quebrar as pernas de um desafeto. outro acha que tem um anel de invisibilidade. o rei está nu há muito tempo e talvez por isto estamos vivendo um tempo onde só mesmo a falta tempo nobre justifique a cada um de nós a preocupação com tantas pessoas torpes e menores. continuo na minha trincheira, acreditando que o lula será apenas uma linha de uma livro escolar no futuro, dando conta de como um projeto tacanho de poder e um anão mental seduziram uma maioria semi-letrada e ignorante de eleitores brasileiros. só isto vai sobrar do lula. isto é um punhado de processos por malversação de dinheiro público, mas isto é falar demais, com algum vestígio de respeito, de um anão moral, basicamente de um ladrão de galinhas. ao menos o giges se descobriu detentor de um poder espúrio e teve escrúpulos de utiliza-lo plenamente. nosso pseudo presidente não tem ganas de usar o argumento mais pedestre para justificar seus projetos. citações e identificações com judas e tirandentes (por que não com lear e macbeth, ou calabar ou macunaíma) são alimento para psiquiatras e analistas, não para os poucos brasileiros que ainda apostam em um futuro menos canalha. pobre brasil.