terça-feira, setembro 12

Existem catástrofes naturais? Segue a saga de Dupuy

O Katrina foi uma catástrofe natural? Muita gente fez comparações entre o número de mortes do 11 de setembro e as mortes provocadas pelo Katrina. Qual é o sentido de comparar uma catástrofe natural com um atentado terrorista (o Dupuy chamou de "ato de guerra". Se o SNI deles descobre, o francês perde o green card...)? Mas peraídenovo: o Katrina é uma catástrofe natural?
Pois é. O editorial do NYT de 2 de setembro já chamava o Katrina de "catástrofe causada pelo homem”, "the man made disaster”. Foi preciso um Katrina para mostrar ao mundo que também nos EUA existe desigualdade, iniqüidade, etc. O atentado terrorista uniu o país, depois veio o Katrina para dividir. Na primavera de 2003 ninguém nos EUA ousava duvidar em público da justeza da guerra contra o Iraque, "suport the troops" era a palavra de ordem. O Katrina fez voar em pedaços a unanimidade, os opositores da guerra passaram a dizer que os dinheiros da guerra deviam ser usados para ajudar os varridos pelo Katrina. E fez ressurgir a pergunta: o que é uma catástrofe natural? Afinal, uma catástrofe é definida como a combinação do acaso (um fenômeno geológico) com uma situação de vulnerabilidade. No causo em pauta, uma vulnerabilidade de origem social.
É aqui que entra o Jean-Jacques. O Rousseau. O cara que entrou na discussão do terremoto de Lisboa, enfrentando o Monsieur Voltaire, que havia enfrentado o Dr. Leibniz.

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