quarta-feira, fevereiro 22

Apa kabar?

Segundo o Everyday Indonesian (Thomas Oey, Periplus Editions, 1992), contrariamente aos hábitos ocidentais, é muito comum para os indonésios perguntar ao visitante sobre sua religião. Para a maioria dos indonésios a religião não é tanto uma questão de crenças pessoais e sim uma parte da ética da pessoa ou de sua identidade cultural. Se o visitante disser que não tem religião ou que é ateu, a maioria das pessoas não compreende o que se está querendo dizer; não ter uma religião é parecido como não ter nome ou nacionalidade. As religiões mais professadas são o Budismo, o Hinduísmo, o Islamismo, o Catolicismo e o Protestantismo.
Tana Toraja, se lembro bem das histórias contadas por minha filha que andou por lá uns anos atrás, é famosa, entre outras coisas pelas cerimônias funebres que duram muitos dias; o morto fica exposto em construções especiais para a festa, e enquanto é velado muitos búfalos são sacrificados. Quanto mais bichos, melhor. Fortunas são gastas nestas ocasiões.
Alguém (não sei se bapak ou ibu - homem ou mulher, em indonésio) me pergunta como proceder com os talismãs no tal do reitorado republicano. A tal da caneta fica no bolso de cada um, deixa assim. O que me impressiona são coisas como o crucifixo que está pendurado na sala do Conselho Universitário, a imagem da Medianeira na antesala do Gabinete do Reitor. Eu apearia os dois, pois são espaços públicos ocupados por gente que tem efegê e cedê patrocinadas pela viúva.
A viúva tem nome e não tem religião.
Gostei muito do comentário, tanto que fui atrás do manual de indonésio que nunca pensei em usar.
Em tempo: Apa kabar quer dizer "como vais?"

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