segunda-feira, novembro 19

Singeleza

Mário Gaiger, atual presidente da Fundae, assinou uma nota nos jornais do final de semana, explicando o affair. O núcleo da descrição dos fatos é esse:

"O DETRAN-RS mantinha contrato com a FATEC, o qual foi rescindido em abril de 2006;
No dia 06 de abril de 2006 a FUNDAE foi procurada por empresa de consultoria que, sob o argumento de que não poderia haver solução de continuidade nos exames para obtenção da CNH, propunha que a Fundação assumisse o lugar da FATEC;
Foi agendada reunião em Porto Alegre para que o assunto fosse tratado junto ao DETRAN-RS, com a intermediação da referida empresa de consultoria;
A FUNDAE, naquele momento, não dispunha de know how, nem equipe montada para assumir tamanha obrigação na data prevista, qual seja 15 de maio (40 dias após o primeiro contato);
A solução apresentada à diretoria da FUNDAE era singela: bastaria que a FUNDAE contratasse a FATEC para que esta que já dispunha do conhecimento e pessoal continuasse a dar o suporte necessário. A FUNDAE assumiria os contratos dos encarregados de examinar os pretendentes a obtenção ou renovação da Carteira Nacional de Habilitação. A FATEC continuaria prestando os serviços de suporte no que se referisse ao software, enquanto a empresa de consultoria prestaria os serviços de supervisão, auditoria de soluções de tecnologia da informação e comunicação".

Afinal, porque mesmo foi rescindido o contrato do Detran com a Fatec em abril de 2006?

O parecer da Juíza diz que "ao que tudo indica, a rescisão deu-se por conta da manifesta resistência do novo Reitor da UFSM, Clóvis Silva Lima, à atuação das sistemistas. Considerando ter o reitor da UFSM peso expressivo no comando da FATEC, como já assinalado acima, a opção dos mentores do esquema foi no sentido de retirar o contrato de tal fundação, repassando-o à outra, qual seja a FUNDAE, na qual não tem participação na administração. Possivelmente, assim, o fato se relacione com a perda de influência de José Antônio Fernandes (principal sócio da Pensant Consultores) e de Paulo Jorge Sarkis (ex-reitor da UFSM), responsáveis pela configuração original do esquema, junto à FATEC."

Sistemistas são as empresas que faturaram os tais 31 milhões de reais (ou 40, em outras versões).
Na descrição do presidente da Fundae, ele foi procurado "por empresa de consultoria", isto é, por uma das sistemistas. A cena é patética: a Diretoria da Fundae, reunida, ouve uma exposição feita por uma empresa privada (que iria ganhar uma enorme fatia do bolo). A empresa propõe a assinatura de um contrato milionário. A diretoria retruca que não tem como fazer o serviço. O consultor responde: "E precisa?"
A Fundae não foi procurada pelo Detran nem pela UFSM. Ela assinou sabendo que tudo ficaria como dantes no quartel. Está na nota publicada ontem n'A Razão.
Falando em A Razão, é cobertura ou fechadura?
No mais, aceito a oferta do banquinho para esperar no que vai dar. Entro com um chimarrão bem cevado.

3 comentários:

Aguinaldo Medici Severino disse...

combinado.
antes do natal eu passo aí nos teus pagos para um dedo de prosa.
abraço
aguinaldo

Aguinaldo Medici Severino disse...

Ronái
a fatec morreu. veja você.
agora é FATECIENS.
o tal CIENS deve ser algo remotamente ligado a ciência, mas é melhor perguntar antes.
a fundae poderia mudar também de nome. eu sugiro FATECDOB
abraço.
guina

Gilson disse...

Eles foram telespectadores assíduos do "pequenas empresas GRANDES negócios®"