O baile
Em um sítio do Ministério público estão resumidos os fatos da Operação Rodin. São esses, literalmente:
Fato 1, segundo o MP: "O Detran contratava, sem licitação, a Fundação de Apoio, Ciência e Tecnologia, e sua sucessora, a Fundação para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura, ligadas à Universidade Federal de Santa Maria, para elaboração dos exames de avaliação teórica e prática de habilitação de motoristas."
Resposta: as pedras do Arroio Cadena estão cansadas de saber isso. Isso nunca foi segredo para os mosquitos do arroio que passa atrás do Restaurante do Augusto.
Opinião da PF 1: "Como isso não é pesquisa universitária, a licitação era necessária", declarou o chefe do Núcleo de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, delegado Alexandre Isbarrola.
Digo eu: a Fatec faz qualquer coisa, inclusive abriga alguns projetos de pesquisa autenticamente universitária, mas isso os caramujos do fundo do meu pátio andam de caracol cheio de saber.
Fato Hipotético 1: "Na seqüência, as fundações cometeriam a irregularidade de terceirizar os serviços que prestariam ao Detran para empresas privadas pagando preços superfaturados e também por serviços não prestados.
Bueno 1: "Bueno, digo eu, vamos formalizar:
a) Existe um x tal que x, nas condições y, faz z.
b) e etecetera e tal.
c) se provarem que pê, pagamentos de precos super e serviços não prestados...
d) então... começaria o baile da afundação.
Finalmente: "Quando recebiam o pagamento, as fundações ficariam apenas com o valor equivalente aos seus custos e repassariam o restante às empresas terceirizadas. Estas, por sua vez, fariam parte da verba chegar aos agentes públicos que haviam dispensado as licitações"
A primeira parte é acaciana. A segunda parte, "estas, por sua vez, etc...", se provada, acaba com a aposentadoria dos até hoje indiciados.
Isso não é pouco.
Mas é tudo, no final das contas.
Em todo caso, a palavra agora está com o MP e com a PF, que estão com uma nota promissória na rua.
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