segunda-feira, janeiro 8

Desmotivação

A Folha de São Paulo do domingo (7 de janeiro, C1) traz uma matéria sobre educação que toca numa das grandes feridas da área. A matéria tem como fundo uma pesquisa do INEP. A pesquisa visa encontrar as razões que levaram 1,7 milhão de jovens entre 15 e 17 anos a não estudar no ano de 2005. As principais conclusões são essas:
a) três em quatro jovens não completaram o ensino fundamental, mas a maioria (68%) ao menos chegou até a quinta série;
b) ter filho diminui a probabilidade de a jovem estudar. Entre as que vão a escola, apenas 1.6% é mãe, percentual que sobe para 28,8% entre as que estão fora;
c) mais do que a falta de vagas, de transporte ou mesmo a necessidade de trabalhar, é a falta de vontade de estudar que empurra a rapaziada prá fora da escola. Essa razão foi identificada em 40% dos casos entre os que não estão em sala de aula.
Até aqui, os dados do INEP, na minha opinião, apenas ratificam algo que a imensa maioria dos professores insiste em fazer de conta que não vêem: a escola está mal preparada, didatica e pedagogicamente.
A alguns dos grandes especialistas ouvidos foram atribuídas opiniões bem curiosas. Rubem Alves, segundo a Folha, disse que "o próprio sistema em que as escolas funcionam é pouco atrativo. Usa como exemplo o fato de as disciplinas serem ministradas separadamente". Outra pesquisadora diz que "uma nova forma de avaliação dos estudantes, que valorize aprendizagem e não simplesmente a nota obtida na prova, é um dos pontos que podem ajudar".
Assim me caem os butiás do bolso!
A gurizada se manda da escola porque as aulas são um saco de mal preparadas; não se pesquisa didática, em suma. O resto é conversa prá guri dormir.

Um comentário:

Aguinaldo Medici Severino disse...

ronái meu velho, como vais?
este assunto é mesmo complexo.
nestes dias finais de 2006 encontrei um amigo meu que é economista na FGV do rio de janeiro. este assunto entrou na pauta.
segundo ele o Brasil gasta 5% do PIB em educação e este é o número dos países emergentes e o número dos países industrializados. todavia nossos índices de alfabetização são toscos, para dizer o mínimo.
há quem defenda aumentar o gasto para 8% do PIB, mas se o modelo não mudar este gasto extra equivalerá a rasgar dinheiro em (e do) público.
o que fazer?
tema para este longo 2007
inté +