sexta-feira, janeiro 5

CAP

CAP é a sigla adotada pelo Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Estive ontem lá, para falar para os professores. Eu ainda não conhecia a nova sede (desde 1996 o CAP não está mais na Oswaldo Aranha e sim no Campus do Vale). Fiquei surpreso com a qualidade das instalações. Mesmo com 10 anos de uso o Colégio está em bom estado e tem tudo o que uma escola merece, desde armários individuais para os alunos (daqueles que eu só conhecia em escolas de filme americano) até um teatro igualzinho ao Caixa Preta.
A visita me fez lembrar que um dia o Centro de Educação discutiu um projeto de criação de um Colégio de Aplicação na Ufesm. O projeto ficou uma beleza e foi enfrentar os debates. Entre os pomos de discórdia apresentados estava o processo de seleção dos alunos. Uns queriam que as vagas fossem destinadas aos filhos de professores, servidores e alunos. Outros queriam que as vagas fossem para os moradores populares do entorno. Outros queriam sorteio. Deu impasse. Ficou por isso mesmo, não saiu do papel.
Os Colégios de Aplicação supunham uma forte conexão com pesquisa em currículo e metodologia de ensino. Nos anos oitenta, no entanto, as poucas linhas de pesquisa que haviam por aqui nessa área foram diminuindo mais ainda; havia um mestrado em currículo (a "Faculdade Interamericana") que foi implodido, em nome de estudos pedagógicos mais politizados. Deu no que deu: aplicar o quê?
O CAP está muito bem, materialmente. A seleção dos alunos é feita por sorteio. Quanto à aplicação propriamente dita, não tenho elementos para avaliar. Fiquei com a impressão, no entanto, que o CAP paga um preço aos tempos bicudos que vivemos na área educacional e federal.

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