segunda-feira, novembro 6

Livros na Cesma

Estou anotando e passando para o Télcio.
Gi: está encomendada uma seção "Wittgenstein". Vamos procurar ter tudo o que está saindo em português. Vale a dica para fazer o mesmo com Foucault.
E um Nietszche completo. Chiii, onde vai parar essa estante?
Tem boas novidades encomendadas: uma tradução do "Mind and World" do John McDowell, feita pelo João Virgilio. A mesma editora está na rua com "Idéias", de Husserl e promete os dois volumes da Filosofia da Psicologia do Wittgenstein. E uma nova tradução para o português do William James, "Variedades da Experiência Religiosa".
E vamos fazer esse cantinho de material para as aulas, também.
Aguardo outras sugestões.

7 comentários:

Anônimo disse...

Ótimo.
Desculpe o link totalmente off-post...

http://www.youtube.com/watch?v=7y2Z87f3b2o

Mas é que teu blog é mais um meio para fazer divulgar o que a mídia grande nem sequer menciona.

Abraço!

(Têm previsão de quando se inaugura o novo espaço na Cesma?)

Anônimo disse...

Atravessando uma prosa. Trecho para os medrosos refletirem e os audaciosos agirem.


“Eu gostaria de fazer de tudo para poder proporcionar aos meus alunos a oportunidade de me desmascararem, desmascararem a minha cultura, os meus saberes, os meus apegos, minhas crenças, minha empáfia, meu nojento glamour que aprendi sei lá em que salões. Quando falo “desmascararem”, não se trata de nenhum tipo de medíocre agressão. Nada disso. Eu queria ser tão bondoso e honesto como professor que pudesse deixar meus alunos à vontade para com encanto, delicadeza, generosidade praticarem o desmascaramento das minhas bandeiras, porque nada seria mais prêmio do que isto à minha missão de contribuir para as suas vidas. Mas não, o que eu inspiro neles é a espreita de na primeira oportunidade poderem me apunhalar, a mim e à minha cultura sufocante. O que talvez inspiro neles é o conceito de que sou de fato um excelente transmissor de conhecimentos. Eu não queria ser – desastre! - o colonizador benfeitor transmissor da minha cultura. A que eu fui também obrigado a mastigar e engolir, porque me disseram que eu morreria à mingua se não me alimentasse dela. Afinal, em anos e anos de ofício se não sou capaz de me perguntar, não de forma política, mas de forma filosófica, o que é afinal ser um professor, o que de fato realizei...(?)
Que tal se eu levantasse os registros dos meus alunos de 10, 15, 20 anos atrás e procurasse ir ao encontro de alguns deles e verificar pessoalmente o que estão fazendo, a quantas andam – como estão de fato? Mais: saber deles, o quanto como eles estão, como tratam a vida tem a ver com o convívio que tiveram comigo na academia. Numa palavra, qual a minha cota de responsabilidade nisso tudo? Mas não, isso seria uma atitude impensada, um nonsense, uma irresponsabilidade da minha parte. Para que isso?
Que me interessa saber como eles estão? Eu fiz a minha parte. Certo? Alguns, é verdade que muito poucos, até se lembram de mim. Destes, especialmente, é que me orgulho”

Esse bem poderia ser um bom trecho de risco e verdade do trabalho filosófico humano, sobretudo de um Professor (alguém capaz de professar algo sempre muito especial). Alguém capaz de agir sobre suas reflexões.
O que é afinal ser um professor? Um professor, um bom professor, um professor bom...
Como é difícil tocar a vida só com o braço do discurso. O braço não a toca. O braço alavanca, joga, impulsiona, luta e estabelece. A tez da vida só é possível de ser tocada pela ponta dos dedos e por um olhar absolutamente abdicador.

Como é difícil, para não dizer impossível, apresentarmo-nos aos outros como alguém melhor do que nós mesmos e que sonhamos ser. Algo mais impossível: torcermos, verdadeiramente, para que o outro seja muito melhor do que nós; não depois, quando já estiver muito longe, mas durante o nosso convívio. Nada seria mais certificador do motivo por que trabalhamos juntos.
Todo professor deveria ter essa esdrúxula atitude. Só assim, quem sabe, sairíamos do fino discurso de um mundo melhor através das nossas crianças e jovens.
Fico impressionado, melhor seria dizer, envergonhado, com a minha solene, justificada e segura atitude de professor frente aos meus alunos. Mas sou um grande professor, um grande transmissor de conhecimentos.
Quem é capaz de tomar para si o espírito deste trecho, mesmo que lhe modificando o estilo do enunciado?

Anônimo disse...

atravessada fiquei eu com essa bigorna bem no meio do meu caminho (o de tentar - e confesso que ultimamente conseguir - alcançar um mínimo de solenidade na minha prática de professar algo especial de modo completamente rápido e superficial...)
ui, ui...

Anônimo disse...

"Conseguir?" Me perdoe, mas é impossível que você esteja conseguindo qualquer coisa no sentido da reflexão/ação proposta no texto acima, dentro daquele shopping center de ensino em que você ganha dignamente seu pão.
É impraticável tentar aproximar do texto supra "algo especial de modo completamente rápido e superficial...)".

Ronai Rocha disse...

rl"anônimo", na língua portuguêsa, não tem carga valorativa muito definida: receber flôres de um admirador anônimo, por exemplo, pode ser muito bom; muitos anônimos morrem todos os dias, nas mãos das injustiças nas quais o mundo é pródigo; o anonimato pode ser bom para se poder denunciar um crime; mas usar o anonimato para falar do lugar de trabalho da Gi passa da linha do bom senso. Mexeu comigo, tudo bem, eu vou lá reler "Totem e Tabu", o parricídio, etc., e vou levando. Mas ficar falando isso sobre o lugar de trabalho da Gi? Tem cabimento?
Quanto à prosa: no que me diz respeito, e creio que isso vale para muita gente, entendo que para se entrar de verdade no espírito de um texto, ele precisa ter um corpo.

Anônimo disse...

Vou encerrar todas as questões dizendo:
PRIMEIRO: coloco um trecho reflexivo e o meu primeiro interlocutor diz que é uma "bigorna" e o segundo interlocutor diz que ele (o trecho) não tem "corpo" (concordo: acho que ele é só nervo, fiapo tenso, mas é um trecho, e não um texto, honesto);

SEGUNDO: não entendi, em defesa da Gi, o prurido de "não tem cabimento falar mal do trabalho da Gi".
Com licença, mas poderia eu estar lá lecionando e nem por isso eu deixaria de dizer que o Fóton, G10, Decisão, Totem, Unificado, Mauá, Objetivo, Riachuelo, etc, etc, são, sim, fabulosos shopping centers de ensino. Todos os cursinhos pré-vestibulares são um belo negócio empresarial.
Como eu não posso ter o direito de dizer o óbvio? Como? - não sou só eu que afirmo isto, dezenas de educadores muito capazes e experientes afirmam a mesma coisa.

Portanto, o fato, coincidente, da Gi trabalhar em um shopping center de ensino, cujas disiciplinas mais se parecem com bem decoradas stores, não me tira o direito de criticar o tipo de ensino dessas "usinas de macetes".

TERCEIRO: Dou-lhes, para encerrar essa celeuma barata, a boa notícia de que não entrarei mais aqui neste Blog, para conforto e sossego de vocês. Teria mais um tantinho pra falar, mas não cabe mais nada. Meu lugar não é por aqui.
Tchau.

Ronai Rocha disse...

"Eu poderia", "coloco", "dou a notícia": ???