quinta-feira, novembro 30

Bacharelado Interdisciplinar

João Carlos Salles alertou, na palestra da terça-feira, para uma proposta de criação de bacharelados interdisciplinares. A proposta surgiu na UFBahia e será debatida pelas universidades federais, a partir de amanhã, em Salvador, com a presença do ministro da educação. A idéia de alguns reitores tem uma cereja bonita no meio: acaba com o vestibular; usando-se a nota do Enen, entra quem quiser, para fazer um curso de bacharelado em três anos, em grandes áreas: Ciências da Matemática, Ciências da Vida, Saúde, Humanidades e Artes; depois de terminar esse basicão, o aluno pode concorrer, com seu histórico, a uma vaga em sua carreira final. Se a média não der, ele já tem um diplominha.
O Reitor da UFBa quer começar com essa modalidade em 2008.
Os Departamentos de Filosofia estão em polvorosa. Com isso, voltariam a ser grandes departamentos de serviços, pois todo mundo teria que fazer cursos de Filosofia, no tal basicão.
A coruja vai ter que abrir o olho.

4 comentários:

Aguinaldo Medici Severino disse...

ronái meu caro, como vais?
eu continuo firme na minha proposta modesta: o cidadão se inscreve em um setor do mec e solicita um diploma, do que ele quiser: medicina nuclear, design industrial, mecatrônica, filosofia, física, história, qualquer coisa mesmo. paga uma taxa e retira o diploma em couro de carneiro uma semana depois. se ele quiser exercer a atividade e/ou profissão solicita à associação de classe e/ou direito um certificado que só é dado se o cidadão passar em uma prova (como ocorre hoje em dia na oab).
ah, esqueci de dizer: se um cidadão quiser cursar um curso universitário ele pode entrar em uma universidade e cursar um curso nos moldes do que acontece hoje (mas no final deverá fazer a mesma prova da associação de classe que os apenas diplomados são obrigados a fazer).
que tal?
o bom desta proposta é que o governo fica feliz (vai poder que multiplicou milhares de vezes o número de diplomados brasileiros, que nunca na história deste país, tantos têm um curso universitário); o povo fica feliz (vai ter um diploma em couro de carneiro para colocar na parede) e nós ficamos felizes (dando nossas aulas e formando alunos de verdade nas universidades).

Ronai Rocha disse...

Essa proposta, nada modesta, me faz lembrar o prof. Hélio Hartstein, que sonhava com uma universidade na qual o aluno ia fazendo as disciplinas que julgava adequadas e depois passava na boca do derca, pedia os comprovantes, se desse direito a um diploma levava também. E depois ia se acertar com as corporações de ofício. Na verdade, é por aí que vai o Direito, por exemplo, que concilia assim os reclamos de nossa alma portuguêsa, chegada em um diploma, com as exigências da racionalidade moderna.

simplesmenteeu disse...

Olá, Ronai

Como vai?
Realmente meu saudoso pai tinha muitas idéias a frente de seu tempo...

Grande abraço.

Carla Hartstein

Ronai Rocha disse...

Querida Carla, que bom saber de ti! De fato, eu faço questão de sempre que posso lembrar as idéias de teu pai. E junto com isso procuro me inspirar nos sentimentos de lealdade e disciplina que o caracterizavam. Foi para mim uma oportunidade unica, um privilégio conviver com ele. Aceita meu grande abraço!