sábado, julho 28

Ensino Médio


Na mesa sobre ensino médio quem falou primeiro foi o Prof. Emmanuel Appel, que defendeu o ensino de filosofia no nível médio baseado nos textos dos filósofos: "A filosofia some sem os clássicos, cujos textos devem ser a primeira e a última referência do ensino de filosofia no nível médio". Essa posição, diz ele, deve representar um enfrentamento à indústria cultural e ao barateamento dos conceitos. Lúcia Lodi, do MEC, organizadora dos PCN e das Orientações Curriculares, fez uma bela apresentação sobre o estado de coisas no ensino médio, defendendo o alargamento do debate sobre o ensino de Filosofia e Sociologia. Ela explicou que a posição do MEC é pela constituição de bibliotecas escolares com obras de referência em Filosofia, sem a indicacão de manuais ou livros didáticos. O MEC vai apoiar a elaboração de um livro de referência para professores, sob responsabilidade da Anpof, mas sem a característica de livro didático. O terceiro palestrante sobre ensino médio, Edeum Sauer, da Bahia, falou sobre a falta de identidade do ensino médio - tema que havia sido abordado por Lucia -.
A posição de Apel foi recebida com receios, em nome do perfil do aluno de nível médio, eventualmente pouco afeito às leituras. Teve gente que foi direto ao ponto, dizendo que era contra essa coisa de ler os clássicos enquanto a barbárie campeava solta...
A soma das vontades individuais resultaria num impossível: uns querem que a Filosofia seja uma disciplina curricular com muitas horas de aula, enquanto outros gastam o verbo para falar contra o conhecimento fragmentado, disciplinar...

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