sexta-feira, junho 15

Podemos saber sem crer?

Nove entre dez filósofos dirão que isso é uma bobagem, pois evidentemente o saber supõe a crença, como reza a definição tradicional de conhecimento. Mas é essa, em algum sentido - eu friso, em algum sentido!!! - a tese implicada pelo artigo do McGinn mencionado na postagem anterior. Nessa postagem faço uma correção do final do trecho traduzido e acrescento o final do parágrafo. Demorei alguns dias para fazer isso pois havia perdido de vista o artigo. Agora já posso fazer uma cópia para a Gisele, que se interessou pelo mesmo.
Aqui vai:

"Mas o que acontece com o conhecimento proposicional? Ele não implica a crença? As considerações anteriores me encorajam a duvidar que isso ocorra: o que é exigido pelo conhecimento-que é algum tipo de atitude proposicional , mas precisamos de um argumento para nos persuadir que esta atitude deva ser a da crença. Por que não exigir somente algo como registrar e reter a informação que p, onde essas 'atitudes' são concebidas como estados cognitivos sub-racionais? Quando dizemos que o rato sabe que o gato está atrás da porta, não implicamos que ele acredita que o gato está lá; implicamos apenas que os sentidos do rato funcionaram para registrar a informação que o gato está lá. Isso me parece uma elucidação plausível de nossas práticas com tais atribuições, e ela está em harmonia com a análise do conhecimento como uma capacidade discriminativa. Se isso está correto, então o conhecimento proposicional é também mais primitivo que a crença; ele não é, como a tradição supôs, uma forma de crença especialmente rarefeita, que apela para alguma faculdade cognitiva mais elevada do que a mera crença; ao contrário, ela é uma condição que mesmo animais não-racionais podem aspirar.”

Nos dedos!

2 comentários:

Alexandre N. Machado disse...

Ronai,

Acho muito interessante essa reflexão do McGinn. Mas eu me pergunto: por que uma revisão da visão tradicional do conhecimento não é acompanhada de uma revisão da visão tradicional de crença, como atitude "proposicional", de tal forma que se possa conservar a definição tradicional de conhecimento como implicando crença? Não estou defendendo isso, mas me parece que conceber a crença como uma relação direta com o mundo poderia fazer o serviço, não? Em suma, por que o conhecimento pode não ser mediado pela crença mas a crença tem de ser mediada por "proposições"?

Grande abraço,

Alexandre

Anônimo disse...

OOOooiiii Tiu! é a Lara.
tudo bem!?
eu e um amigo estamos fazendo um blog-jornal de rock.


passa lá!
saudades, beijoss!

http://roqueterapia.blogspot.com