domingo, junho 3

Tetas


Tinha nada para fazer, liguei o automático e deu o rumo da ufesm no domingo de tarde e sol. Cruzo na ponte sem rio, vejo a barrosinha pastando flor azul no verde. Pouco sei das marcas, parece uma jérsei - nem tudo que parece é, como dizem as otoridades - e ela está ali, amarrada por uma cordinha de nylon num toco bem cravado no gramado. Ela pasteja na sombra, chego perto, me olha com curiosidade e vem chegando demansinho. Se lhe permito ela gruda o focinho lambido na lente da máquina. Lhe pergunto, ô dona vaca, aqui nessas proximidades do prédio da química - ou seria das comunicações sociais - que surprêsa, não lhe pergunto o que faz por óbvio, ela pasta o que o tratorzinho lhe deixou, que a grama está baixa, lhe pergunto dona vaca, de onde vem, para onde vai, depois dessa pastada? E ela me olha, parece que com vontade de me contar alguma coisa, mas meneia a cabeça, quem sabe dessas coisas, e ruma para o pauzinho onde está amarrada a corda.
Eu fico ali como um pateta olhando as tetas gordas da vaca.
Na segunda-feira, quem sabe, ela vai dar seu leite para alguma criancinha aqui na beirada do campus.
E eu concluo que há muito mais coisas entre a ufesm e as tetas da barrosinha do que sonha a minha pobre filosofia.

3 comentários:

Dorotéia Sant'Anna disse...

Estamos buscando um fotógrafo para um projeto ultra ousado e com o propósito de sacudir a cidade mais do que em dia de vento norte. Se interessa conversar sobre isso, avise!
Abração

Ronai Rocha disse...

Dorotéia, sou fotógrafo não, a cidade tem gente boa nessa área e com cara para mostrar serviço; mas se for prá somar algo e ajudar a sacolejar geral, vamos nessa.

Melissa Fernanda disse...

essa foto da vaca é a única que o fotógrafo aparece... repara na sombra.
faltam fotos do senhor fotógrafo nesse blog, não acha?