Érico Verissimo e a Filosofia
Em uma carta datada do dia 15 de Julho de 1968, Érico Veríssimo relatava a Armindo Trevisan as suas leituras:
"Tenho aqui na minha frente alguns dos livros que estou lendo simultaneamente, ou melhor alternadamente. Essais Critiques de Roland Barthes, que considero um dos mais lúcidos críticos da atualidade. One-Dimensional Man, de Herbert Marcuse, o filósofo da rebeldia estudantil. Défense de la Littérature, de Claude Roy. Éloge de la Philosophie, de Merleau-Ponty. Précis de Décomposition, de E. M. Cioran. Além disso, leio aos poucos os Diários e as Cartas de Harold Nicolson, escritor parlamentar inglês. O que me impressiona nestas confissões é principalmente o fato de seu autor ser essa coisa rara: um bom homem."
O que me impressiona nesse trecho de carta é o gosto de Érico Veríssimo pela filosofia: em 1968 não seria de estranhar que estivesse lendo Marcuse que, como ele diz, estava na moda; mas ele lia Merleau-Ponty e Cioran, caramba! Para não falar do Barthes, que tinha um pé na cozinha filosófica.
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