quarta-feira, abril 26

Santiago e os eucaliptos


A charge é de autoria de Santiago, que mandou para Bressan, que mandou para mim, obrigado e segue em frente.

sexta-feira, abril 21

http://filonovestiba.blogspot.com/

Cresce a blogosfera filosófica. Entrou no ar, faz alguns dias, o blog da Gisele, sobre filosofia no vestibular. Para quem não sabe, Gisele é a mais recente mestre do Curso de Pós-Graduação em Filosofia da UFSM (espero que já tenha entregado o texto definitivo!!!). Mais recentemente foi contratada pelo Fóton para responder pelas aulas de Filosofia.
Boa Sorte, Gi!

Filosofia no Vestibular (IV)

O sítio da Coperves mudou a enquete. A boa notícia é que na nova enquete a pessoa é convidada a escrever sua opinião sobre a inclusão da disciplina e oferecer sua percepção sobre que diabo de coisa é a tal da filosofia. Na seqüência está prevista uma pequena discussão sobre as eventuais postagens. Vamos ver se funciona.
Sobre a Simone: o Sr. Olavo de Carvalho, tanto quanto eu lembro (mais imagino do que lembro), do alto das tamancas de seu catolicismo, não pode mesmo gostar da forma como Simone se refere a Deus.

quinta-feira, abril 20

Simone Weil e o anônimo

Escolho uma das passagens citadas pelo anônimo:
"O desejo é impossível: ele destrói seu objeto. Os amantes não podem ser um nem Narciso ser dois. Don Juan, Narciso. Como desejar alguma coisa é impossível, deve-se desejar o nada."
A tradução é de Paulo Neves, da edição da Martins Fontes, p. 103/104.
O anônimo é alguém que desdenha Simone Weil, cita e traduz da edição francesa. Quem desdenha, quer o quê? Eu mesmo não sei. Agradeço sinceramente a ele, no entanto, por ter chamado a atenção para passagens como essa, de puro cristal.
Vale lembrar que as críticas de Simone Weil ao socialismo (que parecem ter incomodado o cujo) estão em outro livro, que ao contrário de "A Gravidade e a Graça", nada tem de aforístico.
Bom mesmo é o Frei Beto, não?

quarta-feira, abril 19

Deu na página da Ufesm

17/04/06
"Os professores da UFSM, Sérgio Prieb e Diorge Konrad, ministram o Curso de Formação Política - Da sociedade à revolução socialista. O evento, que acontece no auditório do curso de História, Antigo Hospital Universitário, no dia 27 de abril, das 19h às 21h30min, discutirá a História da organização política dos trabalhadores, A luta de classes, Projeto socialista, O que é a Formação Econômico-Social?, O que são Classes Sociais?, e O processo de trabalho.
Mais informações podem ser obtidas no curso de História da UFSM.
Falando nessas coisas, a Cesma já recebeu o livro do Frei Beto, "A Mosca Azul", uns vinte e seis reais. Folheei e tive uma vontadezinha de comprar, para ver como ele se sai dessa.
Deixei a vontade passar, por enquanto.
Formação política no Departamento de História? Não entendi.

Passo da Ilha


A estrada parece terminar no rio. Mas segue do outro lado. Devagar, a gente acha o passo, por entre as corredeiras. O lugar chama-se Passo da Ilha, fica perto de Tainhas, nos campos de cima da serra.

Leituras

Convite aos navegantes: está funcionando, no prédio novo, um grupo de leitura do livro de Ernst Tugendhat, "Egocentricidade e Mística". As reuniões são às quintas, das 19.00 às 21.00 horas, no terceiro andar. Não há pré-requisitos. Foram feitas até agora duas sessões apenas.
Está confirmada a vinda do Prof. Tugendhat, para o mês de maio. Ele vai dar um curso, a partir da segunda semana de maio, sobre temas fundamentais de ética. O pré-requisito é a leitura dos dois primeiros capítulos da "Fundamentação da Metafísica dos Costumes", de Kant. Ele fará também duas conferências abertas ao público.

terça-feira, abril 18

E se vão as guanxumas ...


As tarefas de ensino dos professores das federais decorrem, em sua imensa maioria, dos projetos pedagógicos aprovados pelos Conselhos Superiores, quer na graduação, quer na pós-graduação. Esses projetos passam por discussões nos Colegiados de Cursos, onde, na maioria das vezes, o assunto é escrutinado publicamente com algum cuidado. Depois, em tese, sucedem-se avaliações dos currículos e é possível acompanhar o andamento das disciplinas pelo diário de classe, etc.
Na pesquisa, as coisas se passam de forma diferente. A forma canónica da pesquisa nas federais segue um princípio de livre iniciativa combinado com o controle dos pares. Cada docente pode livremente decidir pelo objeto de suas pesquisas e submeter seu projeto aos orgãos finaciadores. Estes, no anonimato, julgam o mérito do projeto e liberam as magras verbas. Estou falando aqui, obviamente, dos projetos que envolvem grana.
Existem variantes, no entanto.
Surgiu nos ultimos tempos um modelo que envolve dinheiro - grosso - e nada tem a ver com controle de pares. Sobra apenas a livre iniciativa. Esta iniciativa livre, em um dos casos mais importantes que estamos vivendo, procura, na Universidade, um docente, devidamente titulado e capaz, por óbvio, e oferece a ele grana grossa, para financiar as pesquisas que ele quiser. Falo de muito dinheiro. Ele decide o que quer comprar e o quer pesquisar - obviamente, uma pesquisa que tem a ver com os interesses do financiador. Assim, suprime-se essa coisa de controle dos pares. Fica apenas a livre iniciativa, que não é tão livre assim, como se vê.
Um exemplo disso está no ultimo número do jornal da UFSM, na matéria sobre as relações entre a Stora Enso e a UFSM. O que a empresa quer, além da grife da UFSM para legitimar seu investimento e amenizar as futuras ondas de críticas? Pesquisa? Nem a velhinha de Taubaté acredita nisso, já que as tais de pesquisas nunca são discutidas em alguma instância pública: não passam pelos colegiados departamentais, pelos conselhos, e muito menos por algum referee anônimo.
Na UFRGS ficou falada a proposta da Stora Enso de morrer com grana alta num departamento que pesquisa impacto no meio ambiente. O pessoal tremeu a perna ao ver o tamanho do cheque que seria preenchido. De uma unica folha do talão da Stora sairia mais dinheiro do que de todos os projetos das agências de fomentos nacionais e internacionais juntos. Até agora estão resistindo. Não sei até quando.
Deixei com um desses professores o exemplar do jornal da UFSM, que casualmente tinha levado no carro.
A foto no alto é de um episódio do confronto entre o campo nativo e os exércitos invasores nos campos de cima da serra, arredores de Cambará do Sul.
Ali, o capim caninha, dono dos campos, meio bêbado do sol do entardecer, contempla as fileiras organizadas dos pinus, e espera o fim.
Aqui, nos campos da metade sul, a guerra do eucalipto contra a guanxuma vai apenas começando. E pelo jeito, com a benção da ufesm.

terça-feira, abril 11

Simone Weil (II)

Desde o final das aulas, no longínquo ano de 2005, que não tiro férias. Particularmente hoje, dia 11, cansei um pouquinho, mais pela emoção do que pelo trabalho. Amanhã pego meu exemplar de "A Gravidade e a Graça" e vou tirar cinco dias de descanso. Vou pensar um pouco no destrato do qual ela foi alvo (nos comentários abaixo ), certamente que não por causa dela, mas por alguma coisa que eu disse sobre ela que incomodou um anônimo.
Hoje passamos um dia de trabalho com esse assunto da filosofia no vestibular. No final das contas, ficou assim: cinco questões por dia, nos três primeiros dias. E as questões - essa foi a corrida atada - devem se pautar por temas bem fundamentais, sem decoreba de história da filosofia e erudição estéril.
Entre tapas e feridas, sobrevivemos. De minha parte, gostei do pessoal do Departamento. Essa moçada trabalhou direito e ainda vai dar muito o que falar: Frank, Gallina, Jair, Noeli, todos estavam ótimos. E os professores que participaram do evento: exageraram um pouquinho nos elogios, a caminhada vai ser bem dura, podiam ser mais críticos; mas no final das contas, tá só começando, faz bem começar com entusiasmo.
Não tem vitoriosos nem derrotados nessa história, by the way. Tem quem queira pegar junto, quem não queira.
A caravana segue.
E daqui uns dias volto à Simone.

segunda-feira, abril 10

Hildegard von Bingen

Procure, com um desses buscadores de música, "Hildegard von Bingen". Pode ser por meio de um grupo de artistas chamado "Sequentia". Existem muitos outros intérpretes. Hildegard foi uma religiosa medieval (1098-1179), cuja obra inclui não apenas textos, mas música. Da melhor que se pode ouvir. Evite as versões "new age", com instrumentos.

terça-feira, abril 4

Simone Weil e o misticismo ateu

Faz dias que estou por comentar que foi publicado no Brasil mais um título de Simone Weil. Trata-se de "Opressão e Liberdade". Saiu pela EDUSC (Editora da Universidade do Sagrado Coração), com capa de João Luiz Roth. A data de publicação é de 2001. Quem me chamou a atenção para o livro, à venda na editora da UFSM, foi o Róbson Reis.
Para quem foi iniciado na crítica ao marximo por Cornelius Castoriadis, nos anos setenta, o livro é uma fascinante surpresa. Ali a gente descobre que o careca Castoriadis tinha predecessores importantes. O essencial da crítica ao estalinismo, à burocracia, etc, etc, foi feito por Simone Weil desde os anos trinta. Um dos textos mais importantes do livro, "Reflexões sobre as causas da liberdade e da opressão social" é uma antecipação dos principais argumentos de Castoriadis, que surgirão vinte anos depois. Se esssa gurizada que fala hoje em socialismo lesse esses livros não diriam tanta bobagem, eu acho. Mas para isso seria preciso ler essa moça e o grego careca. Uma vez (uma das ultimas vezes) eu tentei convencer um desses rapazotes que "socialismo" era apenas uma expressão que indicava uma certa disposicão de luta por justiça social, e que como rótulo não fazia a menor diferença. Era como se, para dizer "sim" a gente deixasse de usar a palavra e apenas girasse o polegar para cima. Ou seja, "sim" não tem propriamente conteúdo, apenas marca uma tomada de posição. Assim, "socialista" seria como que uma tomada de posição desprovida de conteudo particular, uma espécie de marcador semântico. Ou seja, nada de compromisso com coisas muito especificas, salvações da humanidade em particular. O Marcos Rolim, lembro bem, achou interessante a idéia. Os outros me olharam tipo marciano.
Ah, se eu tivesse lido Simone Weil antes! Mas será que eu estaria receptivo? Essas leituras de Simone Weil estão valendo para algumas pessoas conhecidas nossas o rótulo de "místicos ateus".
Mas vou deixar esse assunto para mais adiante. É uma história que vale a pena contar em mais detalhes.

Maria Sylvia

E mestre Guina me manda, pelo velho e mal-falado Correio, uma entrevista com a filósofa Maria Sylvia de Carvalho Franco, esposa de Roberto Romano, outro filósofo, no qual ela se junta àqueles que entre Lula e Alkmin ficam p. cara, que escolha!!! A entrevista é muito boa, e só não transcrevo umas belas passagens sobre a consternação de Dona Maria porque deixei o xerox no Campus. Obrigado, Guina!

Martha Nussbaum (II)

Outro amigo e leitor do blog, Ney Gomes, me faz chegar às mãos dois belos textos em português de Martha Nussbaum. Um deles interessa sobretudo a professores da área de humanidades e direito, e tem como título "Cultivando a humanidade na educação jurídica". A traducão foi feita por Luiz Reimer Rodrigues Rieffel, mestrando em Teoria Geral do Direito na UFRGS, e a cópia que o Prof. Ney me alcançou indica que o trabalho foi feito pelo amor à arte.
O outro texto em português de Martha Nussbaum chama-se "A República de Platão: a boa sociedade e a deformação do desejo". O texto foi publicado por uma editora chamada "Bestiário", de Porto Alegre, "www.bestiario.com.br".
Obrigado, Ney.

Filosofia no Vestibular (III)

Ainda bem que escrevi "parece", no post anterior. O assunto está em debate. É possivel que surja uma proposta nova, mais ao encontro da idéia de uma integração maior da Filosofia com as demais disciplinas. Mas vamos deixar as novidades para a atividade de terça-feira, no Itaimbé. A programação do evento está disponivel na página da Coperves. Se você é professor ou aluno de Filosofia não deixa de ir, pois a gente vai se esforçar na parte que nos toca no latifundio. Um sagaz amigo deste blog me fez notar algo que eu não havia me dado conta. Se você digitar um ponto com depois de coperves, vai acessar a página da mesma, através de um dispositivo de redirecionamento. Eu mesmo não havia percebido isso.