quarta-feira, agosto 2

Crucifixo

Deu na Folha de S. Paulo: o Ministério Público, por meio de um promotor de justiça, pediu a retirada de um crucifixo colocado na sala de espera da clínica odontológica da Universidade de São Paulo. Um padre foi ouvido pela Folha e argumentou que "o crucifixo leva conforto às pessoas", depois de lembrar que "somos uma maioria cristã".
Perdi minha fé muito tarde, por volta dos dezesseis anos. Não posso dizer que tenha me esforçado muito em reencontrá-la. Talvez a tenha procurado no lugar errado. Mas procuro manter o respeito pelas religiões dos outros. Continuo achando que o diretor da clínica da USP, o padre em sua invocação do princípio da maioria e milhares de outros burocratinhas do serviço público brasileiro beiram o desrespeito às crenças e descrenças alheias quando penduram as evidências de sua confissão em lugares de serviço público. Havia, até meses atrás, por exemplo, uma enorme imagem da Santa Medianeira no gabinete do reitor da ufesm. Enorme, eu digo.
O problema é que minhas chances de chegar a reitor da ufesm são nulas.
Em tempo: se o barnabé precisa esse tanto de conforto espiritual, que coloque a imagenzinha da santinha voltada apenas para ele, ao lado da fotinho das crianças.

Um comentário:

Ronai Rocha disse...

O crucifixo que havia no auditório do CCSH foi retirado pelo Diretor de Centro interino, em fevereiro deste ano. Houve uma tentativa de reintroduzi-lo na sala, mas o atual Diretor de Centro manteve a posição de não ter ali o símbolo de uma confissão.