sábado, março 1

Los tres amigos


No recorrido que fiz com a lambreta eu pensei que fosse encontrar muitas placas como essa, que está na beira da estrada que leva até ao haras. Parece que tanto quem vende como quem compra, são muito discretos. O que pude confirmar, para ganhar um picolé de limão de Mestre Guina, foi o seguinte: de fato o senador esteve visitando a região, tendo como hospedaria a referida estância. Ele estava acompanhado da bisneta de um marechal e da filha do chamado "Chanceler do Aço", além de seu filho e do gerente da fazenda. Um membro dessa caravana mencionou a vontade de comprar uma outra estância vizinha que deve ter uns cinco mil hectares e deu a entender que o capital viria do aço brasileiro; esse negócio não saiu até hoje.
"La Poderosa", então, segundo Dona Eva, pertence a Dom Benjamin e à Dona Carolina, que devezemquando dão por ali o ar da graça; ali se criam puro-sangues de primeira linha; o mesmo acontece em um haras que Dom Benjamim tem em São Paulo e na Argentina. E é só.
Como argumentei com os amigos uruguaios, não há nada para se estranhar. Para um brasileiro comprar terras no Uruguai, basta ter carteira de identidade e a respectiva plata, como corresponde. Milhares de hectares pertencem hoje a Brasileiros. Na região de 33, com arroz e gado. Na região de Rocha, com eucaliptos e pinos. Em Punta del Este, mais precisamente em Maldonado, o grupo Fasano acaba de lançar um empreendimento, voltado para explotar o lazer, de doze milhões de dólares. E por aí afora.
Como argumentei com meus amigos uruguaios, o senador conheceu Dom Benjamin na escola primária e são grandes amigos. Em algum momento de sua carreira, informa o santo Google, o senador prestou assessoria econômica ao empreendedor, em algum dos passos de gigante que ele deu.
Dom Benjamim é um dos grandes contribuintes para as campanhas do senador. Esse trecho de uma matéria que está em uma página do Ministério da Fazenda ilustra isso:
"Mercadante recebeu duas doações de empresas do grupo Votorantim, do empresário Antonio Ermírio de Moraes. A Votorantim Finanças destinou R$ 1 milhão, e a Ibar Administração e Participações, R$ 1,2 milhão.
Outro importante doador para o petista foi a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que contribuiu ao todo com R$ 1,5 milhão. O diretor-presidente da empresa, Benjamin Steinbruch, é amigo de Mercadante desde a juventude."
http://www.fazenda.gov.br/resenhaeletronica/MostraMateria.asp?page=&cod=332205.
Ainda tem aquele outro assunto da participação da Previ na privatização da Vale, para a qual, se diz, a opinião do Senador foi importante. E ambos gostam muito de cavalos, bem como o Sr. Marcelo Baptista de Oliveira, outro conhecido apreciador das artes equestres, amigo dos dois já citados.
Nada que ninguém já não soubesse, no geral.
Mesmo assim, já na segunda-feira vou tentar cobrar meu picolé de Dom Guina.

2 comentários:

Aguinaldo Medici Severino disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aguinaldo Medici Severino disse...

Ronái meu velho, como vais?
Como o mundo é redondo!
Dom Antônio Carlos Brasileiro de Almeida tinha razão: o Brasil não é para amadores.
Passarei um dia no teu prédio e comprarei um picolé de limão na cantina dali (mas eu ainda acho que mereço ao menos um naco dele). Vale?
Deliciosas as histórias do passeio de lambreta pela banda oriental.
Um abraço.