segunda-feira, outubro 31

Tudinha

"Tudinha" está na rua. Tem 64 páginas, o número zero, um grampo no meio, é revista, portanto, embora pareça um jornal. Lembra o melhor da imprensa alternativa, uma diagramação ousada e muita coisa para ler. A gente tem que dizer: uma baita surprêsa, "Do Alegrete para o resto do mundo em volta", uma coisa de iniciativa e força que não é comum, o que será que botam no chimarrão por lá? De fazer pensar, isso sim, pois junto, no pacote que trouxe os exemplares de Tudinha (quase todos já distribuídos, na Cesma, com o Télcio, outro para o Diretório dos Estudantes da Filosofia), outros pacotes, com a coleção de livros "Alfonsina (y el mar)", uma coleção de nove títulos "de gente que vive na região" ou que tem laços com ela. Estou lendo um pouco de cada um, para forma uma idéia, mas a idéia mais importante me parece ser essa, como diz a Tudinha: fazer com que os autores apareçam e cresçam a partir do diálogo de seus escritos com o público; tem desde o livro de um menino de onze anos, "A Velha do Gato", Lucas Mulazzani, que conta "causos de guri", coisa mais linda, os versos em tons reflexivos de Eliane Rubim ("Sócrates era hipócrita/ele sabia seu doer/eu também sei/mas não o creio"), uma antologia de prosa e poesia de uma oficina de literatura, e coisa de gente lanhada, como as sutilezas de Ana Christello (Em "Nadar de Costas" -"os sonhos é que são generosos, decolam a nossa ansiedade e ainda permitem que aterrisemos nossas ânsias em qualquer terreno"), enfim, tem muito mais: Russel Vaz Moraes, inserido na tradição de poesia social, com 'Pasto'; Virginia de Almeida Pires traz um pequeno livro de análise de ideologia; Amália Cardona Leites, que estréia com poemas muito delicados, em "Ruído" (Alice sem coelho/para seguir); depois eu conto o resto.

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